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sábado, 4 de junho de 2011

É triste, sim... (2)

Me sintindo um tanto quanto velho e ranzinza nessa terra, achando tudo estranho e alheio ao meu redor. Não parei de andar, mas, por vezes, me perguntando para onde e por que da andança. 
Em busca do que? 
De quem?  
Será que precisamos estar embebidos daquele sentimento que causa até uma certa narcolepsia, chamado amor? 
Gostar da vida que te surra? 
Das topadas que a gente dá com o dedo mínimo nas quinas da vida? Tô em busca de todas essas respostas e de outras que virão. 
Isso poderia ser um pedaço de papel, desses de bar, que as gentes da madrugada usa pra enrolar a maconha quando falta o papel apropriado, jé que sou um ser que foi tragado pelo espírito noturno. As vezes parece que sei me virar melhor à noite, relembrando madrugadas, numa cidadezinha do Uruguai ou emFrancisco Morato. Ambas as madrugadas frias e eu sem dinheiro para retornar ao lar. 
Minha mãe sequer sonha o quanto eu já perambulei, os seres estranhos que já encontrei em terminais rodoviários e BRs desse Brasil.
Fui seguindo, e hoje tenho a sensação de ter andado em circulos, não sei se cheguei em algum lugar e se quando cheguei não percebi que era o tal lugar esperado e continuei andando.
Penso que andei demais quando deveria ter ficado na casa de minha mãe, conversando sobre qualquer coisa, aproveitando e me banhando com as palavras de mãe, que sempre lavam as dores de um filho e o fortalecem assim que as mães se vão. Talvez tenha enxergado beleza demais em quem foi e ainda é espiritualmente feio e desdenhou de minha fé, meu sentimento e meu sonho. Não, não sou perfeito, calma, sei de meus erros, primários, perdoáveis, outros nem tanto.
Não sei se tenho coragem de olhar para trás, para trás estão, além de erros, oportunidades perdidas, estão histórias que quero reviver, também há situações que nunca gostaria de ter vivido e , juntando isso, sigo na trajetória. Relembrando a canção Vivo Andando, de Jair de Oliveira, canção que me diz muito e justamente por me fazer lembrar, me faz forte, ou nesse momento, menos fraco.
Fraqueza impede o corpo de se movimentar, impede a alma de ter fé, impede a busca pelo pão e faz rastejar o que um dia foi um ser humano simples, comum, normal.
Como eu gostaria de ter aquela idade em que o cachorro chamado Timóteo era vivo, de quando os muros tinham apenas um metro de altura e caçávamos grilos na graminha do quintal do bairro Maria Estella Fagá. nessa idade, aprendi a admirar meu irmão mais do que meu pai, aprendi também a desenhar, coisa que abandonei, hoje tudo são lembranças, saudades. Ficou pra trás, eu caminhei.
Poesias, prosas, versos crônicas são nascidas de momentos intensos e tristes, muitas vezes. Fico receoso de escrever, posso tentar escoar o sentimento real e acabar maquiando e modificando as palavras, numa tentativa de eloquência, acabar não dizendo nada-com-nada. A vontade de ser aceito sempre me fez modificar várias atitudes que em sua essência poderiam ter provocado um efeito diferente, talvez até mais proveitoso. Mas não deu, mais uma vez, não deu, o medo da bronca paterna me fazia maquiar o que sentia, acabava em mentira, silêncio e frustração. Fui andando, num caminho errado e olho para trás e não tenho o rastro, a trilha de pão para voltar em busca do socorro... Mas continuo andando, não te preocupes, parar eu não paro...

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