Na praça havia um anão que, ao assoviar, chamava todas as pombas que estivessem por perto. Em razão disso, a praça ganhou um pombal e popularizou-se como A Praça dos Pombos.
Havia mesinhas na praça, onde de dia se reuniam idosos e a noite os casais de adolescentes.
Vinte anos depois, quase não há pombos, há uma placa de ferro enferrujado que, segundo algum pau-no-rêgo-que-diz-que-é-artista, homenageia uma atleta nascida na cidade da praça e um iglu amarelo que algum outro pau-no-rêgo-que-diz-que-é-projetista cismou de colocar lá na praça para que os mendigos deixassem seus dejetos.
Em dias úteis ela se comporta como um espaço normal, travessia segura de uma rua para outra, algumas crianças e as margaridas, as moças que varrem as praças da cidade. A noite encontram-se os emos, homos e pilotos de carrinhos de controle remoto.
De segunda à quinta.
De sexta há algo parecido com a minha concepção do que é o inferno. Crianças, crianças mesmo, usando todas as substâncias que se pode imaginar que altere o estado de consciência, bradando bobagens sexuais e exibindo-se em poses pornográficas, diria.
Como se não bastasse a cena, o filme tem trilha sonora.
O Funk.
Como se não bastasse ter trilha sonora, ela é alta.
Como se AINDA não bastasse ser alta, ela é de alguma maneira assegurada e monitorada por autoridades da cidade, o que me soa completamente absurdo, a não ser que eu tenha acordado em outro Brasil.
No meu conhecimento leigo sobre cidadania, autoridades competentes e cidadãos cientes de seus direitos e deveres são encumbidos de trabalhar para e com a comunidade, mas estes que presentes estão nas noites de sexta nessa praça parecem não perceber que as pombas sumiram e deram lugar à alunos foragidos da noite de aula loucos de qualquer coisa.
Para mim a questão toda é simples, bastava ser assertivo, menos hipócrita e ver que o que acontece ali não traz lucro, benefício ou bem-estar real para ninguém que está ali. Resultado disso é que as "novinhas" dali vão ficar loucas de bebida ou algo mais, vão engravidar, abortar ou virar mães solteiras, os "moleques piranha" vão virar pais de filhos que eles sequer visitam.
Daqui a 20 anos, sendo otimista, eles retornaram às mesmas aulas que cabularam para acabar o supletivo. Repito, sendo otimista.
Eles agem exatamente como os pombos que o anão chamava, e o assovio é o som que diz para elas ficarem caladinhas e ter o "direito de quicar".
Tudo isso em praça pública.
Só vendo mesmo.
Só resta a saudade do anão que chamava as pombas pelo assovio.
Alguns pensarão que sou demagogo ou hipócrita, mas não acho certo, não foi assim que eu aprendi. E não estou disposto a desaprender.
Havia mesinhas na praça, onde de dia se reuniam idosos e a noite os casais de adolescentes.
Vinte anos depois, quase não há pombos, há uma placa de ferro enferrujado que, segundo algum pau-no-rêgo-que-diz-que-é-artista, homenageia uma atleta nascida na cidade da praça e um iglu amarelo que algum outro pau-no-rêgo-que-diz-que-é-projetista cismou de colocar lá na praça para que os mendigos deixassem seus dejetos.
Em dias úteis ela se comporta como um espaço normal, travessia segura de uma rua para outra, algumas crianças e as margaridas, as moças que varrem as praças da cidade. A noite encontram-se os emos, homos e pilotos de carrinhos de controle remoto.
De segunda à quinta.
De sexta há algo parecido com a minha concepção do que é o inferno. Crianças, crianças mesmo, usando todas as substâncias que se pode imaginar que altere o estado de consciência, bradando bobagens sexuais e exibindo-se em poses pornográficas, diria.
Como se não bastasse a cena, o filme tem trilha sonora.
O Funk.
Como se não bastasse ter trilha sonora, ela é alta.
Como se AINDA não bastasse ser alta, ela é de alguma maneira assegurada e monitorada por autoridades da cidade, o que me soa completamente absurdo, a não ser que eu tenha acordado em outro Brasil.
No meu conhecimento leigo sobre cidadania, autoridades competentes e cidadãos cientes de seus direitos e deveres são encumbidos de trabalhar para e com a comunidade, mas estes que presentes estão nas noites de sexta nessa praça parecem não perceber que as pombas sumiram e deram lugar à alunos foragidos da noite de aula loucos de qualquer coisa.
Para mim a questão toda é simples, bastava ser assertivo, menos hipócrita e ver que o que acontece ali não traz lucro, benefício ou bem-estar real para ninguém que está ali. Resultado disso é que as "novinhas" dali vão ficar loucas de bebida ou algo mais, vão engravidar, abortar ou virar mães solteiras, os "moleques piranha" vão virar pais de filhos que eles sequer visitam.
Daqui a 20 anos, sendo otimista, eles retornaram às mesmas aulas que cabularam para acabar o supletivo. Repito, sendo otimista.
Eles agem exatamente como os pombos que o anão chamava, e o assovio é o som que diz para elas ficarem caladinhas e ter o "direito de quicar".
Tudo isso em praça pública.
Só vendo mesmo.
Só resta a saudade do anão que chamava as pombas pelo assovio.
Alguns pensarão que sou demagogo ou hipócrita, mas não acho certo, não foi assim que eu aprendi. E não estou disposto a desaprender.
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